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Débora Garofalo, a professora que ensina crianças a transformar o lixo das ruas
"Dou aula em uma comunidade muito carente de São Paulo, sem saneamento, com problema sério de acúmulo de lixo e achei que podia dar uma solução nisso a partir das crianças", diz docente de robótica.
Uma máquina de refrigerante, um carrinho giratório — que toca música da Frozen, super-atual —, uma mão-mecânica e um aspirador de pó. Tudo feito com materiais recicláveis. Ela traz os objetos em uma sacola, com muito cuidado. Expõe com orgulho, frisa que tudo funciona. Acha lindo, dá para ver. Cada uma dessas criações foi feita por alunos da escola pública em que Débora Garofalo, 38 anos, dá aula na zona sul de São Paulo.
Há 3 anos ela atua como professora orientadora de Informática Educativa e trabalha robótica com o uso de materiais recicláveis encontrados na Cidade Leonor. "Eu dou aula em uma comunidade muito carente, não tem saneamento básico, tem um problema sério de acúmulo de lixo e achei que podia dar uma solução nisso e que poderia partir das crianças."
Com essa visão de que poderia usar a comunidade como material de estudo, digamos assim, levou os alunos para fora da escola. "A gente fez algumas aulas públicas na rua, e trazíamos esses materiais recicláveis para a sala de aula e nasceu esse projeto de robótica com sucata, dando uma destinação a esse material que era descartado e também aumentando a sensibilidade da comunidade em relação ao lixo." Segundo Débora, o projeto já retirou mais de 500 kg de sucata das ruas do bairro. E, nas mãos dos alunos, muita coisa ganhou outro destino — e uma nova função.
No começo muita gente criticou a ideia. As próprias crianças não viam muito no que isso ia dar. A primeira criação foi um carrinho movido a bexiga. Quando a turma viu o veículo funcionar, foi uma festa. E as coisas começaram a mudar.
"Eles não enxergavam o potencial do material. Mas aos poucos isso foi mudando, dá mais significado ao trabalho delas e quebrou um pouco a ideia de que tem que ser tudo na sala de aula, fechada, todo mundo sentado. Eles viram que podem colocar a mão na massa, ir para o chão, testar. É bonito de ver e vem mudando a cara dessa comunidade."
Além disso, esse projeto une diferentes frentes de discussão em classe. "Agregamos vários áreas do conhecimento. Falamos de questão ambiental, matemática para fazer um eixo para o carro girar, houve uma interdisciplinaridade. E pegar um problema social, a questão do lixo, e ter a possibilidade de mudar isso um pouco e integrar a comunidade é muito legal. Quis mostrar que eles podem intervir na comunidade deles e ter um resultado positivo."
Hoje, Débora trabalha com cerca de 1.000 crianças na escola em que leciona e conta que é procurada por outros professores para falar sobre o projeto e fazer oficinas sobre a disciplina. É tudo que ela sempre quis.
Queria ficar em escola pública, porque é onde eu achava que podia transformar.
Quando era criança, Débora andava para cima e para baixo com sua lousinha pronta para ajudar os colegas de classe. Já dava sinais do que faria quando pudesse escolher. Aos 13 anos, arrumou seu primeiro emprego e trabalhava com recreação em uma escola. Dali fez magistério e foi estudar letras.
Afastou-se um pouco da sala de aula por necessidade, mas logo retomou o plano. "Queria conhecer outras coisas e o salário [em escola] não dava para pagar a faculdade e fui para banco, trabalhar em indústria, mas queria ficar em escola pública, porque é onde eu achava que podia transformar. Então fiz concurso e ingressei no Estado. Por muitos anos trabalhava na indústria durante o dia e dava aula no EJA (Educação de Jovens e Adultos) à noite." Mas, em 2008, decidiu que queria se dedicar somente a educação e foi o que fez.
Quero que eles despertem para esse protagonismo que eles podem ter.
Desde 2015, o seu foco é o projeto de robótica e não poderia estar mais feliz com o seu trabalho e o reconhecimento como educadora que tem recebido. Débora participa de eventos, palestras, congressos. E vê ali mais um motivo para continuar com isso.
"A maioria desses congressos só tem homem. Então vejo que eu estar ali também serve como um exemplo para as minhas meninas porque elas não foram criadas para isso [trabalhar com tecnologia e robótica]. É importante porque podem sair da minha aula mulheres cientistas. O trabalho também vai por essas outras vertentes. Quero que eles despertem para esse protagonismo que eles podem ter."
O poder de transformar uma garrafa pet em um aspirador de pó. A força de criar algo do zero. Esses pequenos feitos que, para ela, podem mudar uma comunidade e o futuro dos alunos, sem querer ser pretensiosa.
Mas Débora acredita.
Leva hoje, embaixo do braço, essa sacola com criações para mostrar para as pessoas. Uma versão atualizada da sua pequena lousa da infância, sempre preparada para ensinar e ajudar.